Taxa Selic: como o aumento pode impactar suas finanças?
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Entenda o que é a Selic, qual a relação dela com a inflação brasileira e quais são os melhores produtos para investir com o ciclo de alta da taxa!
Você já ouviu falar da taxa Selic nos noticiários econômicos? Talvez não se lembre especificamente desse nome, mas com certeza já deve ter escutado algo sobre o aumento ou corte dela, já que estamos falando da principal taxa de juros da economia brasileira.
A Selic é definida a cada 45 dias e isso pode influenciar nos custos de outras taxas, impactar a rentabilidade de aplicações financeiras, interferir no consumo de famílias e, principalmente, controlar a inflação aqui do Brasil.
Leia o artigo que o blog do Bmg preparou e entenda tudo a respeito da Selic, incluindo quais são os produtos de renda fixa mais adequados com o ciclo de alta da taxa na atualidade.
O que é a taxa Selic?
A Selic é taxa básica de juros do Brasil e serve como referência para as demais taxas, como aquelas praticadas em empréstimos, financiamentos e investimentos.
Ela é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que leva em consideração a situação atual da economia do Brasil para reduzir, manter ou aumentar a taxa.
Na prática, a Selic é utilizada, sobretudo, para controlar a inflação do país. Veja só:
• Se a Selic aumenta, a economia desacelera e a inflação tende a diminuir
• Se a Selic diminui, a economia acelera e a inflação tende a aumentar
Quando há um ciclo de aumento da Selic, como temos visto nos últimos anos, a economia costuma dar uma esfriada, uma vez que o crédito fica mais caro. Dessa forma, a maioria das pessoas diminui o consumo e isso faz com que a inflação também caia, já que a desaceleração da economia reduz a demanda e a oferta.
Já no cenário contrário, ou seja, quando a Selic começa a ser reduzida, o Banco Central busca estimular o consumo das famílias e fazer a economia girar no país. Com isso, a inflação também volta a subir.
Vale lembrar que a inflação oficial do Brasil é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que tem metas anuais definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta de inflação de 2025 é de 3%, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Quem determina a taxa Selic?
A taxa Selic é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a cada 45 dias. Essas reuniões têm o prazo de dois dias, sempre às terças e quartas. Em alguns casos, a data coincide com a reunião de política monetária dos Estados Unidos, evento conhecido pelo mercado como “Super Quarta”.
O objetivo do Copom, grupo formado por diretores do BC, é atingir o cumprimento da meta inflacionária do Brasil, que hoje é de 3%.
Dessa forma, os membros do comitê se reúnem e decidem se a taxa Selic será mantida, reduzida ou elevada, sempre em busca de que a inflação anual fique alinhada com a meta estipulada pelo CMN.
No dia da reunião, os membros do Copom levam em consideração alguns fatores para definirem a nova taxa, como:
• Inflação
• Atividade econômica
• Contas públicas
• Cenário externo
→ Veja o calendário de reuniões do Copom para 2025
Qual a relação do aumento dos juros com a taxa Selic?
A partir do momento que a Selic é definida, todas as demais taxas são impactadas.
Em outras palavras, isso significa que quando a Selic sobe, as outras taxas de empréstimos praticadas no mercado também aumentam – e o mesmo ocorre se houver redução.
No cenário de Selic alta, as taxas utilizadas no financiamento imobiliário, por exemplo, ficam mais caras, dificultando o acesso das pessoas à linha de crédito.
Como a taxa Selic interfere nos investimentos?
Além de controlar a inflação, a taxa Selic também pode impactar no rendimento dos investimentos de renda fixa, visto que ela serve como referência para a rentabilidade de muitos títulos (confira quais são os tipos de investimentos atrelados à Selic na seção abaixo).
Ou seja: se a Selic está em alta, os investimentos indexados a ela têm rendimento maior no final da aplicação, o que costuma deixar os títulos de renda fixa mais atrativos para os investidores – principalmente os investimentos pós-fixados, que acompanham as variações da taxa Selic e isso pode resultar em retornos maiores.
Mas é importante lembrar que, além da renda fixa, o mercado de renda variável também é influenciado pela Selic. Em um cenário de ciclo de alta, é comum que muitos investidores procurem mais pela rentabilidade previsível da renda fixa e deixem a bolsa de valores em um segundo plano, já que esse mercado possui um alto risco e nem sempre um retorno positivo.
De forma geral, podemos dizer que:
• Os investimentos em renda fixa pós-fixados são mais atrativos quando a Selic está em alta, pois tendem a render mais com um risco menor.
• Os investimentos em renda fixa pós-fixados têm um rendimento menor quando a Selic está em movimento de baixa, o que abre a oportunidade de aplicar em investimentos prefixados e garantir uma rentabilidade boa em momento de baixa de juros.
Conheça os tipos de investimentos atrelados à Selic
No mercado financeiro existem várias opções de investimentos com rendimentos atrelados à taxa Selic.
Quando falamos em títulos públicos, os investimentos do Tesouro Direto são considerados os mais seguros por muitas pessoas, uma vez que a chance de um país quebrar é muito inferior a de uma empresa.
Dentro do Tesouro Direto, temos o Tesouro Selic, que é um título de renda fixa pós-fixado com rendimento indexado diretamente à Selic. Nesta opção, você emprestará dinheiro ao governo federal, que, em troca, te devolverá o valor inicialmente aplicado mais os juros acumulados no período.
Muitos títulos privados também são impactados pela variação da taxa básica de juros do Brasil, como:
• CDB (Certificado de Depósito Bancário)
• LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
• LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
• Debêntures
Seja emprestando dinheiro para uma instituição financeira ou para uma empresa que não seja do setor financeiro, a lógica por trás é semelhante ao Tesouro Direto: você aplica o dinheiro em algum título privado e, em troca, recebe juros por isso. Clique aqui e saiba mais informações a respeito dos investimentos de renda fixa.
No caso dos títulos privados listados acima, o rendimento pode estar atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa que acompanha a variação da Selic.
Vale destacar que a rentabilidade de títulos pós-fixados varia de acordo com as mudanças da Selic, deixando o retorno maior em ciclo de alta da taxa. Veja o exemplo abaixo:
Marina aplicou R$ 1 mil em um CDB do Bmg com rendimento de 110% do CDI em dezembro de 2024, com a Selic a 12,25% ao ano na época. Um mês depois, o Copom elevou a Selic a 13,25% ao ano. Como ela investiu em um produto pós-fixado, o investimento passou a ter um rendimento maior, visto que a taxa CDI acompanha de perto a taxa Selic.
Caso o exemplo acima fosse um título prefixado, o rendimento do CDB não seria impactado pelo aumento da Selic, já que a taxa de rentabilidade teria sido definida no momento da contratação.
→ Aproveite as taxas pós-fixadas do Banco Bmg e invista em nossos CDBs
Qual a diferença entre CDBs pós-fixados e CDBs prefixados?
A principal diferença entre os CDBs pós e prefixados é a rentabilidade. Confira abaixo mais detalhes sobre cada um:
CDBs pós-fixados
Os CDBs pós-fixados são títulos emitidos por bancos com rendimento atrelado a algum índice ou taxa de juros, como o IPCA ou o CDI.
Ou seja, a taxa de rendimento desse tipo de CDB acompanha a oscilação do indexador. Caso o índice ou taxa de referência suba, o rendimento do título sobe com ele.
Em momentos de ciclo de alta da Selic, como o que estamos vivendo agora, os CDBs pós-fixados são beneficiados, já que o rendimento deles fica maior.
Você pode aproveitar o aumento da Selic para investir nos CDBs pós-fixados do Banco Bmg, que possuem rendimento atrelado ao CDI – taxa que acompanha de perto a Selic. Clique aqui e conheça a melhor opção para você!
CDBs prefixados
Já os CDBs prefixados possuem uma taxa de remuneração fixa, que é definida no momento da contratação.
Com isso, esse título proporciona previsibilidade no investimento. Ou seja, você já fica sabendo exatamente quanto seu dinheiro irá render no período do investimento.
Em contrapartida, os CDBs prefixados não acompanham a movimentação da Selic, o que deixa esse tipo de investimento menos atrativo quando a taxa básica de juros do Brasil está em ciclo de alta.
Onde investir com a Selic alta?
Não existe um investimento específico considerado ideal para aplicar com a alta da Selic, dado que as aplicações financeiras levam em conta o perfil de cada investidor.
É bom lembrar que existem investidores com o perfil mais conservador, que são aqueles que prezam mais pela segurança do que por retornos exorbitantes. Assim como também existem perfis mais agressivos, que buscam rentabilidade maior, mesmo que a aplicação seja de alto risco.
Por conta disso, é preciso verificar qual é seu perfil de investidor para saber o tipo de investimento mais adequado para sua carteira. Você pode preencher o formulário direto no app do Bmg (disponível para iOS e Android) para descobrir o seu perfil e começar a investir.
Contudo, como falamos antes, os títulos pós-fixados no geral costumam ser mais atrativos com a Selic em alta, devido à rentabilidade maior. Clique aqui e confira os CDBs do Banco Bmg!
Como acompanhar mudanças na taxa Selic?
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada 45 dias para decidir o futuro da taxa Selic. Essas reuniões ocorrem em dois dias consecutivos, sempre às terças e quartas.
Após o término da reunião do segundo dia, o comitê anuncia a decisão no site do Banco Central, informando se a taxa reduziu, se foi mantida ou se aumentou. Este é o canal oficial do anúncio.
Para 2025, a expectativa do mercado é de que a Selic continue subindo para controlar a inflação, como aponta o Boletim Focus.
Taxa Selic hoje
De acordo com o Banco Central, a taxa Selic atual é de 13,25% ao ano. O valor foi definido na última reunião do Copom, realizada no dia 29 de janeiro de 2025.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 18 e 19 de março.