Como o aumento da taxa SELIC influencia seus investimentos?
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Como era de se esperar, novamente o Comitê de Políticas Monetárias – COPOM – elevou a taxa SELIC em 1,5%, o maior aumento dos últimos 20 anos na mesma reunião, ou seja, saímos dos 6,25% para 7,75% e, segundo o Relatório Focus, na próxima reunião em dezembro, uma nova alta vem por aí.
Economistas chegaram a avaliar que o aumento da SELIC poderia ter atingido o patamar de 3%, isso mostra quanto estamos passando por um período de instabilidade na economia nacional.
O que é SELIC?
A taxa SELIC é muito importante para o mercado, pois influencia as taxas de juros da economia brasileira, sejam as que um investidor recebe quando realiza uma aplicação financeira ou quando um banco cobra para conceder um empréstimo a seu cliente.
A sigla SELIC significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um programa em que são comprados ou vendidos títulos do Tesouro Nacional por parte de instituições financeiras.
Assim, essa taxa tem relação com os juros desses títulos públicos, podendo ser diminuída, aumentada ou mantida estável, dependendo do COPOM.
Impacto da taxa SELIC nos investimentos
O governo brasileiro arrecada dinheiro por meio de impostos, porém, também lucra com os empréstimos, para conseguir investir e pagar dívidas.
Assim, a SELIC ajuda a manter a inflação dentro do limite esperado, para garantir estabilidade econômica e evitar preços descontrolados.
Por isso, quando os preços no país começam a subir, eleva-se a SELIC, ou seja, os juros passam a ficar mais altos e o consumo é desestimulado, o que ajuda a controlar os preços. Pode ocorrer também o oposto, diminuir a taxa SELIC e estimular o consumo.
Portanto, essa alta revela a intenção do Banco Central em desestimular o consumo e oferta de crédito ao mercado, já que a inflação para esse ano bate na casa dos 10% e as projeções para 2022 não são muito animadoras.
Dessa forma, a SELIC pode influenciar seus investimentos assim:
- Se ela aumenta, a inflação é controlada e os preços de produtos e serviços ficam mais baixos ou estáveis, porém os juros de crédito, empréstimos, cheque especial, parcelamento ou financiamento ficam mais caros;
- Se ela diminui, a inflação tem a tendência de subir, enquanto os juros ficam mais baratos e o consumo de produtos e serviços aumenta.
Investimentos impactados pelas mudanças na SELIC:
Investimentos de Renda Fixa: a taxa elevada ajuda os investimentos de renda fixa a renderem mais, como os CDBs, debêntures, letras de crédito, entre outros;
Caderneta de Poupança: se a taxa estiver abaixo de 8,5%, a rentabilidade da poupança é menor;
Títulos do Tesouro Direto: quando a SELIC está mais baixa, os títulos públicos rendem menos.
Para o investidor mais conservador, a alta da SELIC é benéfica, afinal, quando a SELIC sobe, o prêmio na renda fixa vem junto. Então para quem gosta de correr poucos riscos o cenário é ideal, já que a Bolsa fica cada vez mais arriscada e os investimentos mais seguros pagam melhores prêmios.
O COPOM
O COPOM, formado pelo presidente do Banco Central e diretores, define a cada 45 dias o valor da taxa SELIC do próximo mês.
Assim, são avaliados pontos importantes como o comportamento dos mercados e as perspectivas econômicas, além de analisar os riscos, por exemplo. Essa taxa abordada é a conhecida como SELIC meta, a que usamos no dia a dia e está sempre nos noticiários.
Assim, hoje a taxa está em 7,75% ano, valor definido em outubro de 2021, afetando operações financeiras de diversos bancos e instituições. Está prevista uma nova reunião do COPOM para o mês de dezembro, nos dias 07 e 08.
SELIC aumentou. E agora?
Daqui em diante é seguir observando os próximos passos das autoridades monetárias visando 2022, torcer que a projeção de alguns economistas estejam erradas e não cheguemos a patamares de inflação acima de 10%.